terça-feira, 2 de setembro de 2014

Vai ter carta sim

”Tem mais de 11 anos e ainda não recebeu sua carta de Hogwarts? Então junte-se a nós nesse protesto! Não é justo que o Harry tenha recebido 1 milhão de cartas, no seu décimo primeiro aniversário, e você nenhuma. #vemprarua #vaitercartasim” 

Marcado para o dia primeiro de setembro, o protesto foi programado há bastante tempo, quando o Tom Riddle ainda vivia no orfanato e era um grande revoltado por conta disso. Para aplacar a sua fúria, acabou que o Professor Dumbledore foi lá convidá-lo pessoalmente e aí deu no que deu e que todos nós sabemos. 

Mais de 130000 pessoas confirmaram presença, através de um rede social, e a cobertura jornalística, exclusiva, foi da PorkNews (dessa vez nem o Marcelo Rezende e muito menos o Datena conseguiram chegar primeiro). A coisa toda foi uma zona grande baixaria confusão: aos poucos os manifestantes foram chegando, como se estivessem num “rolezinho”, e antes que os novos alunos de Hogwarts e seus pais percebessem, cartazes com os dizeres “Vai ter carta sim”, tumultuaram a plataforma 9 ¾ da King Cross em Londres. Além de vários “trouxas” (que de trouxa nada tinham), muito bichos de estimação, como o Quati do Narrador, as corujas da Lumena e da Suelen Veiga, o Panqueca da Ariely, a gata louca da enteada da Ana (Natasha) Paula, e até o gato de Alice, também faziam coro em favor de seus donos. Tudo por conta do absurdo de nunca terem recebido qualquer comunicação, da renomada Escola de Magia, a respeito de suas matrículas. Afinal de contas, todo mundo sabe que não precisa ser filho de bruxo para receber a carta, pois, historicamente, uma filha de pais dentistas também foi escalada (e eles não possuíam poderes especiais, apesar de serem, por vezes, confundidos com bichos-papões, por conta dos gritos que despertam nas crianças e, por vezes, em alguns adultos medrosos). 

As desculpas do Ministério da Magia eram as mais bizarras possíveis: greve das corujas, somente um chapéu seletor para a divisão entre as casas e poucos professores concursados (que também aproveitaram o movimento, para reivindicar aumento de salário, melhora nas condições de trabalho, seguro saúde e adicional de insalubridade). 

A muito custo, os manifestantes liberaram a partida do Expresso Hogwarts, causando alívio naqueles que não tinham nada a ver com esses problemas, mas não desistiram de protestar. A coisa seguia bem pacífica até que uma tal de Fada Verde apareceu, escoltada por alguns duendes bancários de Gringotes que reclamavam de trabalho escravo, e aí a coisa pegou: surgiu um carro de som entoando umas músicas da Anitta, que viraram bate-estaca eletrônico, e uma rave foi instalada no local, com todo mundo muito doido, aumentando o tumulto na estação. Alguns elfos domésticos aproveitaram a bagunça, para pegar algumas roupas que eram jogadas por manifestantes, digamos, mais festivos. 

Sabedor da situação, o Ministro da Magia, um bruxo loiro que foi um “ex quase comensal da morte” (só não foi porque amarelou na hora) e que teria (quase) se regenerado, fez um pronunciamento na televisão concordando com as reivindicações e apresentando uma mágica sensacional que denominou de “Mais Cartas”, onde, através de um convênio com uma entidade intergaláctica de magia, importaria várias corujas marcianas, contrataria acadêmicos de bruxaria, de último ano, para suprir a falta de professores (como se fosse um estágio supervisionado) e terceirizaria o trabalho do chapéu pensador. 

Foi a gota d'água: Voldemort, Dumbledore e Snape ressuscitaram, auxiliados por alguma relíquia da morte que foi trazida pela Fênix da Nini, e foram lá na manifestação que, a essa altura, já seguia em passeata até o Ministério, não sobrando outra alternativa ao Ministro (que foi ameaçado de levar uma surra de vara na sua bunda – e não era varinha de condão não, era aquela do tempo da “Vó Salvelina”) senão convocar vários dementadores de Azkaban e aí o pau comeu mesmo. Foi um tal de “Expectro Patronum” pra cá, “Expelliarmus” pra lá, até que surgiu um gigantesco dragão “Barriga-de-Ferro Ucraniano” que, apesar de somente querer reclamar de alguma coisa também, aterrorizou a turma toda, que saiu correndo, pulando em privadas sanitárias. 

No final, ninguém foi preso, o ministro desapareceu (disseram que se escondeu em Storybrooke), Voldemort, Dumbledore e Snape voltaram para seu descanso eterno e os demais prometeram não parar até suas reivindicações serem atendidas. Pois é... #vaitercartasim  


Boa Noite! Eu sou o Narrador.  

N.N.:Agradeço ao Guilherme, pela tirinha (clique nela para ampliar). Visite o Porco Espírito.

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